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domingo, 1 de junho de 2008

Entrevista Completa: J.K Rowling fala Sobre sua Infância e Literatura!




Livros Eletrônicos: Nêmesis ou Gênesis?

Gênesis. Não há razão para tentar parar o progresso, mas a impressão não vai morrer nunca, não há substituto para a sensação de um livro real. Adoro fisicamente virar as páginas, ser capaz de sublinhar passagens e não me preocupar se cair na banheira ou ficar sem energia. Eu também acho que os livros impressos são objetos de beleza, e não falo como uma colecionadora de objetos preciosos, de primeiras edições que não podem ser muito abertas para evitar danos, mas como alguém que adora um livro novo, brilhante, e o cheiro dos livros usados. No entanto, há momentos em que os livros eletrônicos são uma bênção. Esqueci de pegar para o meu filho menor um livro para antes de dormir quando estávamos longe de casa no ano passado, e realmente gostei da magia de ser capaz de baixar um em questão de segundos! Este verão será a primeira vez que levo cinquenta livros eletrônicos para ler enquanto estamos de férias, no lugar de levar uma mala com livros impressos.

Que palavra ou frase usa excessivamente, por escrito ou na vida?

Não estou orgulhosa de dizer que é provavelmente um palavrão do cotidiano. Quando escrevi os livros de Harry Potter, me agarrei ás palavras “passagem”, “corredor” e todas as demais relativas ao movimento de meus herois em torno do castelo de Hogwarts.

Existe algum livro que mudou sua vida? Se sim, como?

Bom, deixando de lado a resposta óbvia (Harry Potter e a Pedra Filosofal), teria que escolher Jessica Mitford e o livro Hons and Rebels. Minha tia-avó pensava que Jessica Mitford era uma personagem simplesmente deplorável e eu a ouvi dizer para minha mãe tudo sobre ela, quando eu tinha quatorze anos. Mostrei interesse de modo que a tia Ivy me deu uma cópia antiga da autobiografia de Mitford, sem dúvida, para afastá-la de sua biblioteca respeitável. Foi o livro mais perigoso que se pode dar a um adolescente insatisfeito que aprende o inverso; Jessica Mitford imediatamente se tornou minha heroína, eu li tudo que ela tinha escrito, e acabei colocando o nome dela na minha filha mais velha.

O que te anima ou te deprime no mundo da publicação atual?

Eu me sinto um pouco fora da onda nesse aspecto, por não ter publicado durante alguns anos. Meu agente disse que é um momento difícil para um desconhecido publicar, mas creio que se tem algo bom para mostrar, vai finalmente triunfar.

Os escritores sempre reclamam que têm pouco tempo. Entre as responsabilidades da família, trabalho, caridade e exigências editoriais, você pode encontrar um espaço criativo?

Tem que ser muito disciplinado. Na biografia maravilhosa de Collete, Segredos da Carne, Judith Thurman escreve que ser mãe é escrever, às vezes, ocupações conflitantes. Isso é verdade. Meus filhos vêm antes do meu trabalho, mas quando estou profundamente imersa em uma história, a escrita vem antes de responder aos emails e cartas, fazer chamadas, fazer trabalhos mundanos em casa – quase tudo. Disto se segue que eu tenho amigos extremamente pacientes e um marido maravilhoso e tolerante.

Você poderia descrever sua sala de leitura e o que ela tem de interessante?

Compartilho uma sala de estudo com meu marido, então existem dois equipamentos, um apoiado no outro, uma mesa para os dois, mas tenho um quarto só pra mim durante o dia. Meu lado da mesa é um perigo para a saúde. Ao meu redor existe, por exemplo, uma casca de laranja seca, uma caixa de plástico de mirtilos vazia, metade de um saco de pretzels salgados (faz duas semanas que está ali), uma caixa vazia que tinha colírio, vários livros de referência, um telefone fora de vista enterrado em pedaços de papel, jornais velhos, muitas penas (a maioria não funciona), um par de óculos quebrados e um brinco só. O resto do quarto é bom, mas não muito se depender do meu lado da mesa. Gostaria de culpar Neil por alguma coisa, mas realmente sou eu. Sou muito melhor organizando ideias que pilhas de papel. Se há algo a meu favor é que posso escrever em qualquer lugar na minha casa e em muitos outros lugares também. Eu amo escrever na cama, e eu tenho uma cadeira favorita na nossa sala de estar, onde às vezes coloco meu laptop para mudar o cenário. Minha adoração por café também é conhecida.

Existe algum livro que você sempre volta a ler?

Montes e montes. Quando estou trabalhando, é difícil ler novos livros (mas quando não estou escrevendo minhas próprias histórias devoro os de outros autores). Então, se não estou escrevendo, volto a reler. Tenho relido todos de Jane Austen, para que eu possa sempre ver o desenho da carta na página, eu amo Colette, Katherine Mansfield, Dorothy L. Sayers, Marsh Ngaio, E.F. Benson e P.G. Wodehouse, todos eles estão do lado da minha cama. Tenho lido muitos jornais e biografias, Chips Channon também está na estante junto da cama, assim como a mencionada Segredos da Carne e tudo que é relevante a Fance Donaldson.

A. S. Byatt deu o que falar quando disse que o Prêmio Orange foi machista. Você acha que deveria haver uma categoria separada para reconhecer as mulheres?

Bem, não há dúvidas que as escritoras estão insuficientemente representadas no que diz respeito à grande vitória dos prêmios literários (ao contrário dos prêmios da literatura infantil, que são mais ou menos iguais). É evidente que há duas possíveis conclusões que surgem em relação aos homens que são sempre reconhecidos e premiados: as escritoras não têm talento como os escritores, ou os prêmios do mundo da grande literatura ecoam a baixa representação das mulheres em outras áreas da sociedade. Apoio o último ponto de vista e dizer que o Prêmio Orange é uma obra útil para dar aos melhores escritores do dia o tipo de exposição que não teriam de outra maneira.

Confesse qual é o seu prazer de leitura de “culpa”.

Aquelas do tipo “Quem matou quem?”, especialmente da Idade de Ouro – Christie, Sayers, Allingham e Marsh. Embora, sendo honesta, não me sinto culpada por eles. A leitura de revistas é ruim, nesse ponto me sinto mais envergonhada de mim mesma.

Harry Potter e a Pedra Filosofal foi publicado em 1997. De lá, como você mudou como escritora?

Espero que tenha melhorado. Creio que melhorei.

Um debate que não tem fim e que surgiu recentemente sobre a literatura: Quão diferente é a ficção na literatura e do gênero ficção?

Sempre houve uma sobreposição. Como por exemplo com J.G. Ballard, sendo um exemplo moderno que me vem à mente, um autor maravilhoso que transcende o gênero de ficção científica. Sou bastante indiferente quanto a distinção entre ficção literária e o gênero de ficção, e salto livremente entre os dois como leitora. O chamado gênero de ficção nos tem dado personagens imortais como Sherlock Holmes, James Bond e Ford Prefect, que influenciaram na nossa cultura e idioma, então para que esforçar-se para diferenciar um do outro?

Conte-nos seus talentos secretos, além de bolos.

Ia dizer os bolos, assim me deixou sem saber o que dizer. Gosto de resolver Sudokus difíceis – isso conta como talento?. Também tenho dedos preênseis, embora na verdade imagino que isso é uma distorção. Ninguém iria querer me ver escrever com os pés.

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